Ex-administrador da Feira da Madrugada do Brás diz que recebia ameaças

O empresário Geraldo Amorim, que administrou a Feira da Madrugada em São Paulo, disse que depois que o centro comercial foi criado, em 2005, começaram os pedidos de propina e ameaças. O Ministério Público Federal determinou a abertura de um inquérito na Polícia Federal para investigar as denúncias de corrupção que envolvem a feirinha, onde trabalham cerca de 5 mil comerciantes, no bairro Brás, região central da capital.

Nesta terça (26), o prefeito Gilberto Kassab confirmou a troca de nove dos 31 subprefeitos – entre eles o da Mooca, responsável pela região da polêmica feira. O local pertence à União e tem uma história complicada de exploração comercial, sendo alvo de uma série de denúncias de corrupção. Por dia, são movimentados milhões de reais.

O empresário Geraldo Amorim admnistrou a área por 11 anos depois de ganhar da antiga rede ferroviária federal o direito de explorar o local. Em uma carta enviada ao prefeito Kassab, Amorim diz que depois que o shopping da madrugada ficou famoso cresceu o interesse de políticos pelo negócio. O ex-administrador da área afirma que foi covardemente destituído do cargo.

“Me deram duas horas para tirar tudo, pois tudo o que está lá é meu até hoje. Todos os equipamentos, duas horas. Eu consegui tirar três carretas. Tudo ficou lá. Fui colocado para fora”, contou Amorim.





Nova direção
Em novembro do ano passado, a Secretaria de Patrimônio da União transferiu para a Prefeitura de forma provisória a administração da área, mas hoje quem de fato toma conta do local é um condomínio formado entre os comerciantes chamado Novo Oriente, administrado por Aílton Vicente de Oliveira, que está no comando desde a saída de Amorim. Oliveira afirmou que está na Feira da Madrugada de forma legalizada.

Mas a Prefeitura considera a presença dele ilegal e diz que Oliveira está proibido de entrar na feira. O secretário Marcos Cintra contou que já orientou os comerciantes a não pagar nenhuma taxa. “Esse síndico Aílton deve ir para a cadeia porque está arrecadando indevidamente. Não é para arrecadar. Não está autorizado. Portanto, quem ouvi-lo está bancando inocente”, disse Kassab.

Cintra ressaltou que a Prefeitura arca com as despesas mensais da feira (calculadas em R$ 1,5 milhão), como água e luz. Nos próximos dias, a União deve ceder de forma definitiva a área para a Prefeitura. No local vai ser implantado um projeto chamado Circuito das Compras, que vai incluir shoppings e uma estrutura de comércio de turismo na região central da cidade.

A licitação para a construção do complexo de compras deve acontecer assim que a Prefeitura receber definitivamente a área do governo federal.

Fonte: G1





1 resposta

  1. Claudio 10 de agosto de 2011